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Bares e restaurantes retm ree de preos ao consumidor, aponta associao (Crdito: Fotos: Davi Cruz/CB/DA Press) |
Em 2024, a inflao sobre a alimentao fora do lar atingiu 6,74%, ao mesmo tempo em que os preos da alimentao dentro do domiclio avanaram 7,45%, segundo dados do ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo (IPCA). Para a Associao Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a defasagem indica que h uma dificuldade do setor em ajustar os preos escalada dos custos.
"O setor de alimentao fora do lar continua segurando os preos para no perder clientes, mas essa estratgia tem limite. Os custos operacionais seguem crescendo, e a margem de lucro de muitos negcios j est comprometida", afirma o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci.
De acordo com um levantamento da prpria entidade, 26% dos empresrios do setor no conseguiram reajustar os preos dos cardpios nos ltimos 12 meses, outros 63% fizeram reajustes abaixo ou que acompanharam a inflao, no mesmo perodo. Dentro deste segmento, os lanches tiveram um aumento de 8,23%, acima da inflao geral do setor, ao mesmo tempo em que as refeies completas tiveram uma variao menor, de 6,13%.
Um dos produtos que exemplifica o movimento do setor em evitar o reajuste nos preos o famoso cafezinho. Em janeiro, o preo do caf nos bares e restaurantes subiu 2,71%, enquanto nos supermercados a alta foi de 8,56%. Nos ltimos 12 meses, a inflao do caf servido fora de casa foi de 10,49%, bem abaixo da registrada nos supermercados, que atingiu 50,35%.
“O setor tem segurado a inflao de forma geral, e no caso do caf no diferente, mas h uma dificuldade crescente diante das altas seguidas no preo do insumo. Essa variao faz com que, em termos relativos, tomar caf em bares e restaurantes tenha ficado mais barato do que consumir em casa”, acrescenta o presidente.
Expectativas para 2025
Mesmo com a inflao menor em janeiro, a entidade que representa o setor avalia que ainda h desafios importantes para os empresrios. Para a Abrasel, a manuteno dos preos abaixo da inflao dos insumos reflete uma resilincia do setor, apesar de representar tambm um receio em perder clientes, diante de um cenrio ainda incerto para o consumo.
“O comportamento dos preos nos prximos meses depender de variveis como a variao dos custos de produo em funo do dlar, a evoluo do mercado de trabalho e do poder de compra, alm da conduo da economia como um todo. Por enquanto, o setor segue operando no limite, buscando equilbrio entre a necessidade de reajustes e a reteno de clientes”, conclui Solmucci.
As informaes so do
Correio Braziliense.