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| Foto: Tiago Calazans/Divulgao |
O cenrio cultural de Pernambuco no incio dos anos 1990 tornou-se terreno frtil para explorar o inexplorado, tocar o intocado e misturar o nunca antes misturado. Foi nesse caldo efervescente que brotou o Mangue Beat. E da mente visionria de Fred Zeroquatro, um dos pilares do movimento, surgiria o clebre Samba Esquema Noise, lbum de estreia da Mundo Livre S/A, de 1994.
A banda festeja os 30 anos de lanamento (na verdade j so 31) no show que apresenta nesta sexta-feira (11) no festival Clssicos do Brasil, no Classic Hall, dividindo o palco com Charlie Brown Jr., Marcelo Falco e Raimundos.
E era exatamente com a Raimundos que Samba Esquema Noise compartilhava a vocao para a ruptura. Mas o lbum da Mundo Livre S/A ia alm: ao parafrasear o ttulo do clssico Samba Esquema Novo (1963), do ento Jorge Ben, Fred Zeroquatro propunha uma atualizao radical para a gerao anos 1990, com rock, punk, samba, ska e msica pop, alm das presenas de Nan Vasconcelos, Nando Reis, Nasi e at Malu Mader.
Em conversa exclusiva com o Viver, o vocalista revela como transformou sua obsesso por discos raros – garimpando Cartola, Nelson Cavaquinho e Moreira da Silva em sebos e feiras de vinil – em matria-prima para sua revoluo musical. “A ideia sempre foi um ps-punk com vis de pesquisa, misturando o rico legado da tradio do samba com a parablica apontada para as tendncias mais visionrias do pop da poca”, conta.
Alm do show celebrativo, que j arrebatou plateias em So Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, o lbum ganhou uma edio especial em vinil pela Noize Record Club. Para Fred, as casas lotadas e o sucesso do relanamento no deixam dvidas sobre o carter atemporal de Samba Esquema Noise.
“ uma chance de revisitar o disco que, no fim das contas, era maior do que a poca em que saiu”, afirma. “O pblico jovem vai perceber que muito do que se faz hoje na msica brasileira tem suas razes ali, naquelas experimentaes de 30 anos atrs”. E quem h de duvidar?
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